sábado, 8 de fevereiro de 2014

O Rei do Inverno, de Bernard Cornwell - Resenha

E começando a seção de resenhas do blog, a primeiríssima resenha de "O Rei do Inverno":




Autor: Bernard Cornwell
Editora: Record

Gênero: Medieval, Guerra, Fantasia
546 páginas



O Rei do Inverno


O Rei do Inverno (The Winter King) é o primeiro volume da trilogia As Crônicas de Artur (The Warlord Chronicles) — continuada em O Inimigo de Deus (Enemy of God) e encerrada com Excalibur — e foi escrito pelo autor britânico Bernard Cornwell, tendo sua edição original sendo publicada pela primeira vez no ano de 1995 pela editora Penguin Group. Aqui no Brasil, o livro foi publicado pela primeira vez em 2001 pela editora Record.

A trama


A trama da obra é centrada na história do tão conhecido Rei Artur, mas é narrada em primeira pessoa por Derfel Cadarn, um homem que viveu muito próximo de Artur, no seu círculo mais íntimo de amizades. Um dos pontos mais fortes dessa obra é exatamente a narração, que não tenta ser épica — cheia de monstros e coisas sobrenaturais, idolatrando Artur como um verdadeiro deus — mas sim algo mais cético, apontando Artur mais como um homem normal do que como alguém incrível, tentando explicar (ou desmentir) certos fatos que foram sendo apontados com o passar dos tempos: Quem foi Artur? Onde ele viveu? Os cavaleiros da Távola Redonda realmente existiram? Ele realmente foi rei? Em que época viveu? Que inimigos combateu? Que mulheres amou?

Artur, na verdade, nunca fora rei. Era, no fim das contas, filho bastardo do Rei Uther da Dumnonia, e acabou se tornando o principal líder militar britânico do século V.

Em uma época em que toda a Britânia passava por tempos conturbados, com guerras territoriais internas e a ameaça da invasão estrangeira dos bárbaros saxões, Artur surge como um homem poderoso e corajoso, capaz de inspirar lealdade e unir o país. Um homem de personalidade complexa, movido pela honra, pelo dever e pela paixão.

A narrativa


A narrativa — que mostra a jornada de Derfel desde criança até se tornar um dos lanceiros particulares do exército de Artur e um de seus amigos mais próximos — é muito bem escrita e bem fluída, graças a uma das principais características de Cornwell: a sua descrição super-detalhada.

E é exatamente isso que pode fazer com que a leitura seja um pouco cansativa no começo, justamente o fato de Bernard Cornwell descrever tudo nos seus minuciosos detalhes, chegando a equiparar-se até mesmo com autores como Tolkien — para se ter uma ideia, certas páginas desse livro contêm apenas UM parágrafo, tamanha é a habilidade descritiva do inglês — mas graças a toda essa descrição que muitas cenas (principalmente as cenas de batalhas) são muito bem escritas e de extrema facilidade de entendimento. Para quem não está muito acostumado com narrativas tão descritivas assim, a leitura pode ser um pouco cansativa de inicio, mas, com o tempo, ela irá fluir de um modo fantástico.
Aliás, para aqueles que esperam ver Artur logo de inicio, não é bem assim, já que o personagem só começa a aparecer com bastante frequência depois das 150 páginas.

A narrativa por Derfel é muito interessante, já que o personagem idolatra Artur, retratando-o como um dos melhores homens que já conheceu, mas mesmo assim não deixa de sempre apontar que o Rei-que-nunca-foi era apenas um homem mortal.

Vale a pena?


Com toda a certeza.

Com uma narrativa extremamente fantástica e muito bem fluída, O Rei do Inverno é o livro certo para aqueles que gostam de histórias medievais cruéis e com várias reviravoltas, mas sem exagerar no sobrenatural. Leitores de obras como As Crônicas de Gelo e Fogo estão convidados a checar esse sensacional livro. 

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