quinta-feira, 10 de abril de 2014

Noé - Critica


Nós do Titans Desatualizados andamos pensando em mais modos de entreter vocês, os internautas. Um desses modos é, ao invés de apresentar apenas uma crítica, ou seja, mostrar apenas a opinião de um dos tantos autores do blog, nós decidimos fazer críticas conjuntas: Uma positiva e uma negativa (ou nem sempre assim), para melhorar (e muito, diga-se de passagem) a visão da pessoa que ainda não teve a oportunidade de assistir tal filme, ver tal série ou jogar tal jogo, melhorando assim o julgamento final de alguém, levando-a a considerar se vale ou não a pena gastar seu dinheiro com o dito filme, série ou game. A nossa cobaia pra esse experimento foi o filme Noé, que estreou recentemente nos cinemas. Confira:


Crítica 1: Danilo Lima de Oliveira



Acho valido notar antes de começar a falar minha opinião sobre o filme que quem sequer for assistir, ter uma mente aberta porque o filme foge bastante do que é apresentado na Bíblia, tentando trazer um tom mais fantasioso para assim chamar mais atenção ao publico.

O filme começa mostrando uma divisão entre o bem e o mal, mostrando assim os descendentes de Caim que constroem uma civilização egoísta e violenta e do outro lado os descentes de seu irmão que tentam viver servindo ao Criador e consumindo somente o que precisavam, assim já criando um dualismo no filme entre bem e o mal.

Mas o interessante é que no decorrer do filme o diretor Darren Aronosky vai destruindo esses dois lados questionando Deus e o ser humano, com perguntas como “é justo só salvar Noé?”, “É correto matar todas essas pessoas?”, “O ser humano é somente destruidor ou também pode fazer algo bom?”




O ponto fraco do roteiro é que o filme é muito lento, o que cria muitos momentos tediosos e cansativos.

Outro problema é que eles cometem um erro fatal na historia, destruindo esse mundo realístico que eles tem no começo, que é colocando gigantes de pedras na trama dando um tom fantasioso estilo Senhor dos Anéis, esses gigantes de pedra seriam os anjos caídos que vão ao mundo para servirem-se de guardiões e instrutores aos humanos.

Quanto aos efeitos especias, foram muitos bem feitos assim criando cenas fantásticas no momento em que o diluvio começa e os descendestes de Caim vão tentar tomar a Arca.

Quanto as atuações é muito interessante observar a atuação do Russel Crowe que conseguiu dar ao seu personagem uma mistura de emoções, incluindo suas duvidas sobre as decisões de Deus ou muitas vezes as duvidas sobre suas próprias decisões relacionadas a liderança de sua família, mostrando que o Noé não é nada mais do que simplesmente um ser humano.    

Resumindo, o filme Noé vai mais além de um filme sobre entretenimento, puxando para um lado mais filosófico tentando criar uma atmosfera que nos faz discutir sobre os lados ruins e bons do próprio ser humano. É um filme bom e que vale a pena assistir.


NOTA FINAL: 3/5


Crítica 2: Bruno Marques


Noé (Noah) é filme épico (sim! Por mais que ninguém esperasse por isso!) de fantasia (isso já é um terreno tão perigoso como andar sobre gelo fino) americano dirigido pelo consagrado diretor americano Darren Aronofsky (Cisne Negro, O Vencedor, O Lutador) e estrelado por Russell Crowe (o eterno Gladiador, além de aparecer em filmes como Robin Hood e Homem de Aço), Jennifer Connelly (Criação, O Dilema), Emma Watson (a série Harry Potter, Bling Ring) e o fantástico Anthony Hopkins (RED 2, O Ritual).

Como já é de se esperar, Noé conta a história de... bem... Noé (Russel Crowe), o "herói bíblico" que vive com sua esposa Naameh (Jennifer Connelly) e seus filhos Sem (Douglas Booth), Cam (Logan Lerman) e Jafé (Leo McHugh Carroll), que um dia recebe uma mensagem do Criador, indicando que deveria encontrar seu avô Matusalém (Anthony Hopkins). Ao encontrá-lo, Noé descobre que Deus não está satisfeito com toda a maldade humana e que pretende destruir a Terra, matando a todos, para ter um novo começo. Sua tarefa é nada mais, nada menos do que criar uma arca para abrigar todas as espécies de animais do mundo, salvando-as do desastre para o novo mundo.

Não faz sentido em eu me prolongar na história já que ela é nada mais do que a já muito conhecida história de Noé, da Bíblia (embora essa conte com algumas influências das histórias que estão presentes no Alcorão e em outros "correlatos" mais antigos até do que o próprio livro sagrado cristão, como parte da cultura babilônica e suméria).

O fato que mais chama a atenção aqui é a decisão do roteirista de adicionar outros fatores que transformam o filme mais num épico hollywodiano do que num filme bíblico propriamente dito, e isso acaba por não dar muito certo.

A ideia aqui é básica na verdade, temos um filme que pega como base toda a história já manjada de Noé, da Bíblia, e cria algo que se parece mais com aqueles épicos gregos que todos conhecemos como a história de Perseu (retratada nos filmes Fúria de Titãs e Fúria de Titãs 2), ou a história de Teseu (retratada no filme Imortais) e etc. Isso já é o suficiente pra tirar metade da credibilidade do filme. A Bíblia simplesmente não consegue sustentar um épico.




Dito isso, o filme ainda tenta partir para um lado mais filosófico e é onde o roteiro acerta bem em cheio. Além das questões que Noé joga bem na cara do espectador como "Até onde pode ir a maldade humana?", o filme também cria outras questões como "Até onde você iria para sobreviver?" ou "Quais sacrifícios você estaria disposto a fazer para cumprir um ordem superior/divina?". Sobre tudo, o longa ainda cria uma questão de redenção que se encaixa muito bem e dá um tom legal pra tudo.

Não se prendendo apenas à questão do Grande Dilúvio, o diretor Darren vai mais além, mostrando toda a natureza humana em sua posição mais crua e instintiva, onde, para sobreviver, na realidade é sempre cada um por si. Outras questões também são abordadas (como a obediência de Noé), mas com um impacto um tanto inferior em relação a tudo que o longa já pôs na mesa.

Mas é então que tudo começa a desandar, principalmente na questão da grandeza fantasiosa do filme. Gigantes de pedra falam por si só. Mas não se pode esperar muito realismo de um alagamento global.

Na parte da atuação, tudo flui muito bem. Russel Crowe, Emma Watson, Jennifer Connelly e todos os outros atores conseguem passar muito bem a mensagem que é necessária e toda a aflição que seus personagens estão sentindo. O mesmo já não pode ser dito de Douglas Booth, Logan Lerman e Leo McHugh.

Na parte técnica, tudo oscila. Em certas partes os efeitos especiais convencem. Em outras partes, tudo não passa de uma CG extremamente mal trabalhada.

Por mais que o roteiro seja bem amarrado o bastante, algumas coisas não se encaixam e/ou não condizem com certa realidade, mas, como já disse anteriormente, não se pode esperar realismo em um tema assim.

O filme ainda consegue deixar uma mensagem subentendida. Algo legal, mas nada demais.

No fim das contas, Noé é um filme fraco. Tenta se levar nas grandezas de Senhor dos Anéis, Hobbit e outros épicos enquanto se baseia na história bíblica e isso simplesmente não convence. Assista por sua conta e risco.


NOTA FINAL: 2/5

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