sábado, 12 de março de 2016

Batman: O Retorno | O retorno do Cavaleiro das Trevas! (Crítica)



Continuando a nossa série em preparação para Batman v Superman: A Origem da Justiça, vamos deixar de lado o Homem de Aço e voltar à sombria e corrupta cidade de Gotham.
            

Aviso: Caso você não tenha assistido o filme (por algum motivo), saiba que a crítica a seguir está repleta de spoilers! Você foi avisado...

           
Lançado três anos após o primeiro filme, em 1992, Batman: O Retorno (Batman Returns) foi novamente dirigido por Tim Burton e mais uma vez escrito por Sam Hamm e Warren Skaaren e trouxe, outra vez, um elenco de peso, com a volta de Michael Keaton e Michael Gough (que descanse em paz), além da estreia de nomes como Christopher Walken, Danny DeVito e Michelle Pfeiffer.
            
Apesar do sucesso e impacto estrondosos que o Batman de ’89 causou, aparentemente Tim Burton não ficou muito contente com o resultado e não pretendia voltar para dirigir uma sequência. Mas essa opinião mudou quando o diretor viu o roteiro do novo filme, que prometia muito mais espaço para sua estética reminiscente do expressionismo alemão.



            
De fato, a sequência que recebeu o título de Batman Returns (a única vez que o diretor tomou o comando criativo de uma continuação de um trabalho anterior) tem muito do estilo de Burton. Pode até se dizer que Batman: O Retorno é um filme bastante autoral, e isso se percebe por qualquer um que já tenha entrado em contato com seu estilo peculiar logo na primeira cena.
            
A fotografia se segura muito bem para capturar o estilo de Burton. Gotham está mais gótica do que nunca e, considerando que todo o filme se passa durante a noite, o diretor de fotografia Stefan Czapsky faz um ótimo trabalho.
            
Mas o que mais se destaca são os personagens. Mais precisamente: os vilões. Assim como seu antecessor, parece que os “Batmen” de Tim Burton são sempre bem sucedidos em trazerem os melhores vilões do Morcego na telona, e dessa vez não foi diferente. Não só as interpretações de Danny DeVito como o Penguim e Michelle Pfeiffer como a Mulher-Gato são incríveis, visualmente os personagens também são excelentes. Prova disso é que o estupendo trabalho de maquiagem que transformou DeVito no Penguim recebeu uma nomeação ao Oscar.




            
A Mulher-Gato de Pfeiffer é simplesmente excepcional e foi, provavelmente, o sex-symbol de todo adolescente e pré-adolescente que cresceu durante os anos 90. Cada cena da personagem vestida com sua fantasia colada é instigante e quase sempre tem algum diálogo de duplo-sentido, que passam reto pelos ouvidos mais infantis e vão parar apenas nos mais adultos. “I feel a lot yummier”, “Life’s a bitch, now so am I” (ambas ditas pela felina) e “Just the pussy I was looking for” (proferida pelo Pinguim quando se encontra com a Mulher-Gato pela segunda vez) são alguns exemplos. E como esquecer daquele icônica cena que termina com um “Miau” e uma explosão? E todo confronto dela com o Batman é ótimo, principalmente o primeiro. As representações de ambos os vilões nesse filme são, de longe, as melhores já vistas no cinema (isto é, a Mulher-Gato de Pfiffer não tem competição à altura e o Pinguim de DeVito dificilmente terá caso resolvam leva-lo ao cinema novamente, ao menos na opinião deste humilde autor).
            
Mas se o longa brilha visualmente (na verdade nem sempre, as vezes o estilo de Burton vai um pouco longe demais), ele peca muito no roteiro. Em partes por ter dado espaço demais às criações peculiares do diretor e em partes por ter uma história indecisa e meio sem sentido, o roteiro muitas vezes recorre à coisas muito fantasiosas (como o guarda-chuva-helicóptero ou o Pato-de-borracha-móvel, ou o “hack” do Batmóvel por capangas de um cara que viveu todos os seus 33 anos nos esgotos de Gotham), o que vai de encontro com a vibe meio “sombria” que o universo do filme propôs no início.



            
Há outros problemas, como personagens que se teletransportam de um lugar para o outro na velocidade da luz, de uma cena pra outra (mais ou menos como o que a Lois Lane faz em Homem de Aço, mas falarei disso noutro post), o que pode ser descrito como uma espécie de erro de continuidade. E também há o personagem de Christopher Walken, um homem de negócios chamado Max Schrek, que existe por basicamente nenhum motivo. Se ele não estivesse ali, não ia fazer a menor diferença.
            
Além disso, o uniforme do Morcego mudou um pouco, permitindo um pouco mais de mobilidade. Desse modo, as lutas são muito mais fluídas e menos robóticas.
            
Ao contrário de seu antecessor, Batman: O Retorno envelheceu muito bem e, embora o seu roteiro esteja cheio de problemas e ele não seja tão bom quando o filme de '89, o longa ainda é divertido de se assistir e pode ser uma boa fonte de entretenimento.


AVALIAÇÃO: 3/5
"Bom"

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