Continuando a série de posts em preparação para Batman v Superman: A Origem da Justiça
que chega aos cinemas nesse dia 24/03, vamos deixar de lado o clima sombrio de
Gotham por um tempo enquanto voltamos à Metropolis.
Aviso: Caso você ainda não tenha
assistido o filme (por algum motivo), saiba que a crítica a seguir contém
alguns spoilers! Você foi avisado...
Lançado
dois anos após o seu antecessor, em 1980 (o mesmo ano em que filmes como O Império Contra-Ataca chegavam aos
cinemas), Superman II: A Aventura
Continua (Superman II) teve uma produção
muito conturbada, o que já acontecia desde antes de o primeiro filme chegar às
telonas. Pode-se dizer que foi dirigido por Richard Lester, escrito por Mario
Puzo, David Newman e Leslie Newman e trouxe, basicamente, o
mesmo elenco do filme anterior.
A
produção de Superman II foi, no mínimo,
peculiar. O longa já havia sido filmado, em grande parte, pelo diretor de seu
antecessor, Richard Donner. Entretanto, devido à problemas com os produtores,
Donner foi demitido e chamaram Richard Lester para filmar o que estava faltando
e finalizar o projeto. O problema é que, de acordo com algumas regras do
Sindicato de Diretores dos EUA, um filme só pode ser considerado de uma pessoa
caso esta tenha filmado ao menos 50% do projeto. Rumores correm pela internet
que Donner já havia filmado cerca de 75% antes de ser demitido, portanto,
quando Lester assumiu o cargo, ele teve de re-filmar muita coisa, para poder
ser reconhecido oficialmente como o diretor. Ainda assim, Donner afirma que
cerca de 25% do corte final de Superman
II são cenas dele (incluindo todas as cenas com Gene Hackman, o Lex Luthor).
Por
esses problemas, Superman II é um
filme bem “picotado” — tendo suas versões exibidas na TV com cenas inéditas.
Cerca de 24 minutos (17 minutos no corte exibido pela ABC) foram inseridos e
que não faziam parte da versão lançada nos cinemas — e muitas cenas que ficam
sem conclusão levam a audiência a pensar em algo, quando o que aconteceu de
verdade foi filmado, mas não entrou no corte final. Em novembro de 2006, uma
versão que reestabelece o máximo possível da concepção original de Richard
Donner foi lançada, intitulada Superman
II — The Richard Donner Cut.
O
filme abre com versões alternativas das primeiras cenas do filme anterior (que,
originalmente, mostravam Marlon Brando, mas não mais) e depois toda uma
sequência que recapitula tudo o que aconteceu em Superman: O Filme, quase como um “anteriormente em Superman” caso
os dois fossem episódios de uma série de TV.
Recheado
de cenas icônicas, Superman II é
também um filme cheio de problemas. Mesmo tendo sido lançado dois anos depois
do primeiro, os efeitos especiais, por exemplo, não estão muito diferentes e
parece que ambos os filme envelheceram a mesma quantidade e hoje muitos deles
não são mais tão eficazes.
A
direção é muito boa, embora não se saiba exatamente qual dos dois diretores
está no controle em todos os momentos. A direção de fotografia de Bob Paynter não fica atrás, trazendo,
assim como no primeiro filme, belíssimos planos usados para estabelecer
localidades e situações, embora as fotografias dos dois filmes não sejam feitas
pela mesma pessoa.
Aqui nenhum pescoço é quebrado. |
A
atuação e o desenvolvimento dos personagens se mantêm ótimos. Como sempre, Christopher Reeve é o Superman e não há
discussão. Lois Lane recebeu mais
atenção e Lex Luthor... bem... ele
continua mal porque sim. E, finalmente, inclusão integral de Zod, interpretado por Terence Stamp, é muito boa. O Zod de Superman II é para sempre tão icônico
quanto o próprio Homem de Aço de Christopher Reeve. O mesmo não pode se dizer
de seus parceiros, Ursa (Sarah Douglas) e Non (Jack O’Halloran),
eles são terríveis e galhofas.
O
roteiro tem vários problemas e, mais uma vez, o sentido passa longe. Alguns
acontecimentos nunca são explicados, como a necessidade de Kal-El ter de perder
todos os seus poderes se quiser viver com Lois Lane, tal mudança que seria “sem
volta”, até que, claro, tem volta. Há também várias coincidências como "bem, uma explosão nuclear no espaço pode libertar Zod da Zona Fantasma"... aí adivinha o que acontece?
Mesmo
meio problemático, Superman II: A
Aventura Continua ainda é um filme muito bom. Ainda continua uma boa fonte
de entretenimento, talvez pelos momentos mais empolgantes (como o resgate de
Lois em Paris) ou pelas gargalhadas... ainda vale a pena.
AVALIAÇÃO:
3.5/5
"Muito bom" |
E prepare-se, pois amanhã vamos falar de Batman Eternamente e começar uma saga de quatro dias de sofrimento. Se você já sacou a ordem que eu estou usando para as postagens, já sabe o porquê. Se não, vai entender em breve.
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